O Governo Federal aposta todas as fichas para a aprovação, ainda neste ano, da Reforma da Previdência. Sabe, porém, que hoje não conta com os 308 deputados necessários para aprová-la nos dois turnos de votação.
Apesar de prevista para ser colocada na pauta na quarta (6), o presidente da Casa, Rodrigo Maia, admite a alteração da data. “Faltam muitos votos”, disse à imprensa, sinalizando a diferença entre o desejo teórico do discurso do governo e a prática da realidade dos parlamentares
Três partidos ainda não sinalizaram de forma favorável ao governo. PSD, do ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab; PR, a qual seu presidente, Antonio Carlos Rodrigues está preso na Operação Caixa d’Água, a mesma que colocou atrás das grades o ex-governador carioca, Anthony Garotinho, e o PSDB, o maior dos três – com 46 deputados – detentor de três ministérios no governo Temer.
A questão central é a declaração do futuro presidente da legenda, o governador paulista, Geraldo Alckmin, cujo nome deverá ser homologado na convenção marcada para o próximo sábado (9) quando ratificará o nome de Alckmin, salvo não ocorrer qualquer surpresa de última hora, algo comum no ninho tucano.
Em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, na Rádio Bandeirantes, Alckmin garantiu que o PSDB vai desembarcar do Governo Temer.
A fala provocou ruídos na comunicação entre o governo e os ministros tucanos.
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, garantiu – mesmo sem muita certeza – que o partido não rompeu com o governo. A afirmação decorre da fala do ministro da Casa Civil, homem forte de Temer, Eliseu Padilha.
“O PSDB não faz parte da base do governo. O PSDB apoia o governo, não rompeu com o governo. Participação ou não do governo é um decisão do presidente”.
Previdência
Nos bastidores desta provável saída dos tucanos está a reforma da Previdência.
O PSDB quer que a proposta seja rediscutida em alguns pontos, como a questão das pensões – cuja soma do casal hoje seria limitada a dois salários mínimos e que o partido defende o teto do INSS – é uma delas.
O PSDB sabe do seu poder neste cenário onde a votação ainda é uma incógnita e sem os votos do partido, as chances de sucesso de aprovação da proposta inexistem.
Fora do governo, vai ajudar a entrar água no projeto governamental.
E sabe que se a proposta for protelada para 2018, há o risco real de naufragar de vez, com o temor dos parlamentares terem que tomar uma decisão tão impopular especialmente às vésperas de uma eleição.
Mas, valorizar o passe hoje não significa, porém, seu fortalecimento junto aos eleitores visando as eleições de outubro.
Isso já será outra história.
Enfim, o jogo eleitoral só está começando. Dezembro promete emoções.
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