Atualmente, a busca pelo corpo ‘ideal’ se transformou em obsessão às pessoas, principalmente na época do inverno, quando consumimos mais calorias pela diminuição no volume de exercícios.
Durante esse período, o organismo necessita um pouco mais de alimentos para se manter energizado, gerando, assim, mais calor para se aquecer.
A dica é da nutricionista Nathalia Torres Teixeira, aprimorada em transtornos alimentares.
Segundo ela, saindo do campo biológico e abordando uma visão mais comportamental, nota-se que as pessoas criaram, durante décadas, crenças que mudaram o comportamento alimentício durante o inverno.
“As pessoas vivem hoje em dia com uma visão de tudo ou nada com a comida”, salienta.
“Então, próximo à primavera, elas começam as dietas restritivas para alcançar um corpo “ideal” para o verão. Assim, podem usar biquínis ou roupas que mostrem mais o corpo sem se sentirem insatisfeitas com o mesmo”, ressalta.
Com isso, a nutricionista relata que esse objetivo corporal acontece apenas durante o verão e o outono.
Assim, as pessoas deixam de se preocupar com as dietas, passando a se alimentar de outra maneira, nas demais estações, especialmente no inverno.
Portanto, essas mudanças de comportamentos ocasionam em algumas pessoas exageros alimentares e compulsões alimentícias.
Além do risco de causar o efeito sanfona.
Alimentos no inverno
As dietas nesse período se sobressaem em relação às outras estações.
Portanto, é comum notar academias lotadas em busca do corpo ‘perfeito’ no final do inverno e, em especial, na primavera.
Entretanto, a nutricionista relata que, na verdade, o ideal manter uma estrutura alimentar balanceada o ano todo e não apenas nas baixas temperaturas do inverno.
Nathalia explica que a melhor forma de manter uma boa dieta é aprimorar as relações da comida com o corpo.
Isso quer dizer: ter uma percepção de fome e saciedade.
Além de entender o que é fome física, emocional e vontade.
“Assim, criam-se melhores atitudes alimentares”, enfatiza.
“Fazendo isso o corpo ‘conversa’ mais com a gente e aprendemos a comer quando estamos com fome e a parar de comer quando estamos saciados”, diz.
“Aprendemos também a lidar com as emoções sem usar a comida”, ressalta.
A profissional faz uma ressalva que, ao viver em efeito sanfona, o metabolismo vai se tornando mais devagar.
Com isso, em determinado momento, nenhuma “dieta milagrosa” irá proporcionar resultados.
Dietas
Essa busca incansável pelo corpo perfeito se passa por meio de dietas e exercícios físicos.
Porém, segundo Nathalia, o ideal para manter o peso estável é o balanceamento da alimentação. Quer dizer, realizar dietas, mas sem restrições de comidas.
“Precisamos melhorar a nossa relação com a comida e melhorar também a forma como comemos. Atualmente, as pessoas só se preocupam com o que comem e não como comem”, sustenta.
Conforme a nutricionista, essas restrições alimentícias podem acarretar na vontade exacerbada de consumir o alimento.
Porque, quanto mais listarmos certas comidas como “vilões”, o aumento da vontade de consumi-las será aumentada, podendo causar prejuízos à saúde.
“Já é comprovado pela ciência que o comportamento alimentar também influencia no peso”, enfatiza.
“Contudo, não precisamos viver de forma terrorista com a comida, até por que dentro da história da alimentação, quanto mais dietas existirem, mais cresce o número de pessoas com obesidade ou transtornos alimentares”, relata.

O ideal é comer a maior variedade de alimentos, mas sem exageros. (Foto: Divulgação)
Alimentos e consumo
A ingestão de alimentos saudáveis proporciona benefícios ao corpo, principalmente para a regulação do metabolismo.
O consumo de frutas, legumes e verduras são essenciais para isso, pois são ricos em fibras, vitaminas e minerais.
Além disso, os alimentos ajudam a manter o intestino saudável.
“É mais importante nós consumirmos, diariamente, em torno de 3 a 5 porções de frutas por dia, além de verduras e/ou legumes duas vezes por dia. Assim, paramos de nos preocupar com qual alimento deva “cortar” da dieta”, assegura a nutricionista.
Nathalia ainda salienta que para quem não consome esses tipos de alimentos o ideal é cozinhá-los de formas diferentes.
“Para quem tem dificuldade de se alimentar no inverno pode fazer mais legumes e verduras cozidas, assadas, refogadas, também em sopas”.
“No caso das frutas, escolher as que ficam mais em temperatura ambiente ou fazer preparações diferentes, como frutas flambadas”, realça.

O consumo de sopa é uma das dicas que a nutricionista proporciona para consumir vegetais e legumes (Foto: Divulgação)