Eleito em 2 de outubro com 114.234 votos, o deputado federal e ex-prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (MDB), defende que o próximo Parlamento se aprofunde nas reformas necessárias ao País.
Caso, em especial, da reforma tributária, estratégica para a economia do Brasil.
“Temos um sistema ultrapassado em um mundo globalizado”, enfatizou.
Ele participou do Jornal Enfoque – Manhã de Notícias, onde falou dos desafios do seu futuro mandato, a iniciar em 1º de fevereiro de 2023.
Esta será a terceira vez que Mourão chega à Câmara dos Deputados.
Por sua vez, garante que irá cumprir seu cargo até o fim.
Portanto, Mourão volta à Brasília, após dois mandatos interrompidos quando retornou à prefeitura de Praia Grande (1999-2000 e 2011-2012).
Dessa forma, além das reformas, o parlamentar se posicionou sobre a redução da maioridade penal, tema que deverá ganhar ênfase na futura Câmara.
Assim, em especial, caso ocorra a reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), que lançou luz sobre o assunto na campanha eleitoral.
“Eu acho que precisa reduzir a maioridade penal, mas não para cumprir a pena na cadeia. Seria em uma espécie de internato, onde o jovem deverá cumprir a pena na unidade. Ou em uma escola cívico-militar”, enfatiza.
“Isso permitirá que ele tenha a chance de se integrar à sociedade quando sair. Não podemos deixar este jovem cair na mão dos bandidos”, enfatiza.

Deputado Alberto Mourão participou do Jornal Enfoque – Manhã de Notícias de hoje (25), com apresentação do jornalista Francisco La Scala. Foto: Carla Nascimento
Contra privatizações
Apesar de ser um profissional do setor privado na área da construção civil, mas com larga experiência no setor público (foi vice-prefeito e prefeito em cinco ocasiões em Praia Grande, município do litoral paulista), Mourão se coloca contrário às privatizações anunciadas durante as campanhas eleitorais.
Caso da Sabesp pelo candidato ao governo paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Assim como da Administração Portuária, pelo Governo Federal, também defendida pelo candidato quando ministro da Infraestrutura no governo Bolsonaro.
“Se o País sair vendendo seu patrimônio para custear comida para sua população vai chegar uma hora que não haverá mais patrimônio e a população continuará com fome”, salientou.
“Esta é a discussão que precisa ser feita”, disse, salientando que toda a arrecadação das outorgas destina-se à União.
“Se parte do dinheiro ficasse aqui, certamente vários entraves seriam solucionados”, diz.
Por exemplo, a expansão do VLT – Veículo Leve sobre Trilhos e obras de infraestrutura, por exemplo.
Mourão cita o caso do Porto de Santos, cuja administração portuária deverá ser privatizada por um período de até 40 anos, caso o presidente Bolsonaro seja reeleito.
“O Porto é meio, não fim. Nós somos solução para o Brasil, mas não recebemos algo em troca”, lamenta.
“Os terminais já são privatizados. Por qual razão privatizar a autoridade portuária? É como se eu fosse privatizar a polícia. Qualquer um poderia ocupar este espaço, colocando em risco a segurança da população”, alerta.
Aliás, Mourão se coloca contrário ao desmembramento das polícias paulistas, a exemplo do que já ocorre no Rio de Janeiro.
“O desmembramento vai prejudicar as investigações policiais”, salienta.
Federação
Sobre as eleições, Mourão adiantou que o MDB (que elegeu 42 deputados) deve fazer parte de uma fusão ou federação, que incluirá o PSDB/Cidadania (18 e 5, respectivamente), e Podemos (12 deputados).
Além disso, podem entrar no grupo o Solidariedade (4) e o Avante (7 parlamentares recém-eleitos).
Por sua vez, apesar de não anunciar apoios no segundo turno, Mourão diz ter optado pela neutralidade à presidência.
Quanto ao governo do Estado, diz “que não fará campanha contra” o candidato Tarcísio de Freitas (Republicanos), apesar das críticas às propostas dele em relação à eventual privatização da Sabesp e desmembramento das polícias paulistas.
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