As lições que ficam | Boqnews

Opiniões

04 DE NOVEMBRO DE 2022

As lições que ficam

Por: Humberto Challoub

array(1) {
  ["tipo"]=>
  int(27)
}

Inegavelmente as eleições ocorridas este ano deixaram lições importantes, que devem servir para reflexão e aprimoramento do sistema vigente.

Descontados os exageros, a distorção de fatos e a abundância de notícias falsas que deram sustentação à guerra de narrativas que marcou a disputa, havemos de reconhecer a premente necessidade de introduzir novos métodos e normas para tornar o processo eleitoral menos conflituoso e ainda mais transparente à vista de todos.

Nesse contexto, a implementação da possibilidade de escrutínio das urnas por meio da impressão do voto, permitindo a conferência pelo eleitor e uma possível checagem futura para dirimir de vez qualquer que seja a dúvida lançada sobre os resultados, se faz necessária.

Com isso, afasta-se de vez a propagação de teorias conspiratórias e amplia-se a legitimidade dos candidatos eleitos.

Da mesma forma, a excessiva ingerência do Tribunal Superior Eleitoral, por meio da adoção de normas casuísticas com contornos de censura prévia e cerceamento à liberdade de expressão, merece ser avaliada e debatida de forma a evitar que seus representantes sejam seduzidos pelo exercício do poder autoritário e, sobretudo, para que não transpareçam preferências por partidos ou candidatos.

Isso porque, ficou evidente que as repetidas intromissões patrocinadas pelos membros da Suprema Corte motivaram controvérsias e realçaram a desconfiança da sociedade sobre a imparcialidade e lisura dos magistrados.

O comportamento adotado por jornalistas e veículos de comunicação na cobertura de fatos políticos e dos movimentos decorrentes do período eleitoral também faz por merecer uma avaliação criteriosa por parte da sociedade.

Evidenciando preferências ideológicas, partidárias e interesses econômicos, a imprensa teve seu trabalho questionado e a credibilidade abalada como resultado do abandono aos fundamentos básicos dessa atividade profissional, como a checagem das informações, o aprofundamento e a contextualização dos fatos narrados, a concessão de espaço igualitário ao contraditório e, sobretudo, a produção de notícias falsas travestidas como verdade.

Aprender com os erros permitirá aperfeiçoar o sistema eleitoral, garantindo que pleitos futuros ocorram de forma serena e civilizada, com o entendimento de que o processo eleitoral não abriga inimigos nem donos da verdade, mas apenas ideários divergentes e diferentes formas de se atingir os mesmos objetivos.

Mais do que nunca o País necessita de um ambiente de paz para solucionar os graves problemas que afetam a população, consagrado por decisões justas e isonômicas condizentes com a democracia que todos desejamos preservar.

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Notícias relacionadas

ENFOQUE JORNAL E EDITORA © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

desenvolvido por:
Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.