Escolhido para conduzir os destinos do País nos próximos quatro anos, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, tem pela frente importantes desafios, especialmente para alcançar as metas econômicas e sociais prometidas durante a campanha eleitoral.
Além de atuar para apaziguar conflitos políticos resultantes do período eleitoral, outro grande obstáculo a ser superado no início de seu mandato será o de lidar com os interesses da frente partidária que ajudaram na sua eleição e, agora, buscam a retribuição com a cessão de generosos espaços em seu governo.
Da mesma forma, o futuro presidente encontrará forte oposição instalada no Congresso Nacional, a partir do crescimento do número de parlamentares alinhados à direita e, muitos deles, fieis aos ideais defendidos pelo seu atual e seu principal oponente, Jair Bolsonaro.
Diante desse cenário, as questões referentes à área econômica ganha grande relevância, porque exigirá mudanças profundas para atender a contento todas as promessas realizadas em campanha.
Os reflexos da crise mundial gerada pela pandemia propiciou o retorno da ameaça inflacionária, exigindo mais uma vez que a elevação das taxas de juros, transformando o Brasil no paraíso para remuneração dos investimentos que pouco ajudam no fortalecimento da economia interna.
Ainda dependente dessa política monetária e de parte dos recursos externos, para assegurar a rolagem da expressiva dívida interna acumulada ao longo de décadas, o País necessitará realizar um profundo ajuste fiscal e reduzir drasticamente despesas frívolas para garantir o equilíbrio em suas contas.
Uma necessidade que, nesse momento, contrapõe frontalmente os compromissos assumidos com as melhorias em áreas essenciais, como saúde, segurança e educação.
Soma-se à necessidade de o presidente Lula conduzir com austeridade os gastos públicos com a urgente implementação de reformas importantes e há muito esperadas, como a tributária e a administrativa, como forma de trazer equilíbrio às contas públicas e, ao mesmo tempo, favorecer a distribuição de renda com o objetivo de ampliar e fortalecer o mercado de consumo interno.
Há consenso de que a conquista de melhorias sociais para a sociedade brasileira não é uma meta para ser alcançada em apenas quatro anos, porém cabe ao novo presidente fazer a lição de casa com honestidade e transparência para evitar o retrocesso do que já foi conquistado.
A todos interessa o sucesso do novo governo na tarefa de conduzir o País rumo ao desenvolvimento e à prosperidade, uma vez que, se conquistados, serão benéficos ao conjunto da sociedade, especialmente aos que ainda permanecem à sua margem.
Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação
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