O caso do uso indevido de giroflex em carro oficial pelo deputado estadual Paulo Mansur (PL) ainda repercute na imprensa e opinião pública.
Isso porque, ao justificar o uso do sinalizador para tornar mais ágeis as viagens que constantemente faz a São Paulo, o deputado acabou por envolver o ex-deputado Kenny Mendes (PP).
Ao jornal Metrópoles, Mansur alegou ter “herdado” o equipamento do ex-parlamentar e que outros deputados da Casa também fazem uso do equipamento.
Assim, segundo Mansur, acreditou que o uso do mesmo era “liberado”.
O ex-deputado do PP, por sua vez, confirmou a existência do giroflex no carro que usava, porém assegurou que “nunca foi utilizado” em viagens durante seu mandato.
Kenny Mendes também foi vereador em Santos e, apesar de ter obtido votação expressiva para ocupar vaga na Alesp, optou por não disputar um segundo mandato.
A mesa diretora da Assembleia Legislativa de São Paulo emitiu nota enfatizando que “todos os veículos oficiais devem obediência às determinações do Código Brasileiro de Trânsito, sendo seus condutores responsáveis”.
Assim, a Assembleia Legislativa de São Paulo publicou o Ato de Mesa 36/2021.
Em seu Artigo 18, afirma o seguinte:
“Aos condutores designados para dirigir caberá a responsabilidade pelas infrações por eles praticadas na direção dos veículos”.
Portanto, não há prerrogativas para utilização do sinalizador giroflex nos carros dos deputados.
Assim, o equipamento de advertência e facilitação no tráfego serve somente para casos de emergência, sendo utilizados por guinchos, ambulâncias e viaturas da policia.

Carro oficial foi flagrado utilizando indevidamente sinalizador “giroflex”. Reprodução/Rádio Bandeirantes
Denúncia
Dessa forma, o caso se tornou público em razão de imagens enviadas por usuários do Sistema Anchieta-Imigrantes à Rádio Bandeirantes, que apurou o caso.
Eles flagraram o uso indevido do sinalizador e se indignaram com a atitude do parlamentar por considerarem “abuso de autoridade”.
Em nota emitida por sua assessoria, o uso do giroflex foi justificado como medida preventiva de segurança.
Isso porque, o deputado sente-se ameaçado em razão de denúncias que faz em seu programa “A voz da população”, veiculado em emissoras de TV pertencentes a sua família nas regiões de Campinas e Baixada Santista.
O parlamentar é sobrinho do ex-deputado federal e ex-prefeito de Santos, Beto Mansur.