Anteriormente, vestir a camisa das cores do Brasil no Dia da Independência era um movimento natural de muitas pessoas que prestigiavam o desfile cívico-militar.
No entanto, com a polarização política no País, envolvendo a direita e a esquerda, vestir a camisa amarela no 7 de setembro significa praticamente tomar partido.
O estopim desta polarização aconteceu nos últimos dois anos.
Em 2021, por exemplo, o então presidente Jair Messias Bolsonaro, participou de uma grande manifestação com apoiadores na Av. Paulista, na Capital, onde criticou o Supremo Tribunal Federal (STF), sobretudo o ministro Alexandre de Moraes.
O pronunciamento gerou uma turbulência dentro da política.
No mesmo ano, em Santos, ocorreram duas manifestações no mesmo horário, uma da direita na Praça da Independência e uma da esquerda na Praça das Bandeiras.
Pela proximidade de 200 metros e um possível confronto entre os grupos, foi necessário um grande reforço no policiamento.
Já em 2022, em pleno Bicentenário da Independência, o dia 7 virou uma oportunidade de campanha eleitoral para muitos candidatos.
Com a polarização, infelizmente o extremismo tomou conta de alguns debates e o ódio dos dois lados ganhou repercussão.
Sendo assim, muitos ainda não conversam com um familiar ou amigo por conta da opinião política.
Por muitos anos
De acordo com o cientista político Fernando Chagas, a data será ainda por muitos anos um marco para a disputa política nacional, notadamente entre a extrema direita e a esquerda em geral, tirando a característica cívica de união dos cidadãos brasileiros em torno um bem comum da Nação.
Chagas ressalta que a política de Jair Bolsonaro contribuiu para este movimento de polarização.
Pacificação
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que vai usar a data para buscar uma pacificação no País.
“O 7 de setembro é do militar, do professor, do médico, é do dentista, do advogado, do vendedor de cachorro quente, é do pequeno e médio empreendedor individual, porque é de todo mundo. É uma festa importante, que lembra que o Brasil conquistou a soberania diante do país colonizador”, ressaltou o presidente durante o programa semanal, Conversa com o Presidente.
Oposição
O grupo da direita no País não deve fazer uma grande manifestação como nos anos anteriores.
A tendência é que os atos sejam isolados.
Grande parte dos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro defende o boicote à data, citando o “fica em casa”.
Em Guarujá, por exemplo, o desfile cívico-militar teve um público muito menor, em relação aos outros anos.
Por esses fatores, o cientista político Fernando Chagas acredita que as ações dos bolsonaristas no dia 7 de setembro certamente terão poucos impactos políticos na administração do Governo Federal.
“Na verdade, o fortalecimento da oposição em geral dependerá basicamente da política econômica do Governo Federal. Caso não apresente resultados positivos, deverá beneficiar os opositores, especialmente os bolsonaristas”, concluiu Chagas.
Segurança reforçada
Apesar de não ter nenhum anúncio de grandes atos ou manifestações, a segurança será reforçada em Brasília, nesta quinta-feira (7).
A preocupação do Ministério da Justiça está redobrada devido aos atos do dia 8 de janeiro.
O ministro Flávio Dino autorizou a Força Nacional de Segurança Pública para atuar no Desfile Militar.