Balanço Financeiro do Santos FC, apresentado ao Conselho Fiscal, revela uma dívida acumulada de R$ 602 milhões, totalizada no último ano da gestão do ex-presidente Andres Rueda. Em 2023, o montante aumentou cerca de 4% em relação ao ano de 2022, quando alcançou R$ 578 milhões. O Conselho sugeriu a reprovação das contas.
Rueda também obteve superávit de R$ 1,033 milhão em seu último ano como presidente, que decretou a queda da equipe à segunda divisão do futebol nacional. O valor, porém, não engloba gastos com as categorias de base, algo que será obrigatório apresentar a partir de 2024. Se estivessem incorporados estes gastos, o déficit teria sido de cerca de R$ 11 milhões. Com o futebol profissional, a arrecadação foi de R$ 363 milhões para um gasto de R$ 244 milhões.
O grande desafio do presidente Marcelo Teixeira será conseguir um considerável aumento das receitas do clube. Para aumentar os lucros, o atual dirigente tem alguns objetivos na gestão: turbinar o programa de sócio-torcedor, colocar o time para jogar e excursionar pelo Brasil e, claro, vender atletas. Já foi assim no ano passado. A principal fonte de receita do Santos em 2023 foi justamente o repasse de direitos federativos de jogadores. As vendas de duas promessas ao Chelsea, Ângelo e Deivid Washington, somadas, chegam aos R$ 140 milhões.
No total, somadas ainda algumas outras fontes menores de receita, o Santos conseguiu arrecadar no ano passado R$ 424 milhões. Em 2022, esse valor havia sido de R$ 341 milhões. Porém, os custos e as despesas operacionais também aumentaram. Os custos passaram de R$ 224 milhões para R$ 295 milhões e as despesas operacionais de R$ 58 milhões para R$ 123 milhões de 2022 para 2023. O Peixe tem obrigações tributárias, trabalhistas e de outras ordens a cumprir, como empréstimos, que demandarão trabalho à nova gestão de Marcelo Teixeira.
Mercado
O Santos não está mais no mercado em busca de reforços, pelo menos até o início do mês de julho, data da abertura da janela de transferências. Com uma lista de quase 20 nomes contratados em 2024, o Peixe entende que tem o elenco completo e vai deixar o técnico Fábio Carille “tocar o barco” antes de abrir novas negociações.
Ao todo, são 36 nomes no elenco inscritos na Série B do Campeonato Brasileiro. Alguns deles não estão mais nos planos do clube da Vila Belmiro, porém sem espaço em outras equipes e, por isso, se mantêm treinando no CT Rei Pelé. São os casos de Dodô, Bruno Marques e Vinicius Balieiro.
Embora haja uma ou outra carência, como um centroavante reserva de bom porte físico e um ponta direita com característica de drible e velocidade, o Santos está satisfeito com o grupo. Novas contratações apenas serão debatidas e analisadas entre comissão técnica e diretoria mais perto da abertura da janela de transferências.
Daqui até lá, caso haja a necessidade de algum incremento ao grupo principal, os olhos estarão voltados para a categoria sub-20. Internamente, o Santos entende que possui um elenco de muita experiência, com jogadores rodados dentro e fora do país, e agora busca juventude.
A diretoria, em conjunto com o técnico Fábio Carille, quer dar mais tempo aos reforços e testá-los ao máximo antes de cogitar fazer novas contratações. Atletas como Cazares e o recém-chegados
Rodrigo Ferreira, Serginho e Patrick devem ganhar mais tempo em campo ao longo das próximas semanas – seja na Série B ou nos jogos-treino previstos no calendário.
Quando a janela for novamente aberta, a estratégia é buscar reforços pontuais e precisos. Além dessa possibilidade, o Santos pode repatriar João Basso, Nathan, Lucas Pires e Carabajal – todos emprestados e com contratos terminando no dia 30 de junho deste ano.
Agenda
O Santos enfrenta o Guarani na segunda-feira (6), às 21h, na Vila Belmiro, com portões fechados em razão dos episódios ocorridos na queda do time no ano passado.
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