Entre as muitas escolas de samba do Rio de Janeiro, poucas carregam um nome tão poderoso quanto a Estação Primeira de Mangueira.
Fundada em 1928, Mangueira é sinônimo de tradição, resistência cultural e paixão pelo samba.
Desde os primeiros desfiles, essa escola ocupa um lugar de destaque na Marquês de Sapucaí e no coração dos brasileiros.
Raízes no morro e no samba
A origem da Mangueira está profundamente ligada ao Morro da Mangueira, na Zona Norte do Rio.
Foi ali, entre batucadas improvisadas e rodas de samba, que nasceu a ideia de fundar uma escola que representasse o povo da comunidade com orgulho e alegria.
Aliás, um dos nomes centrais dessa fundação foi o lendário sambista Cartola, figura fundamental na música popular brasileira e na identidade da escola.
Desde o início, a Estação Primeira de Mangueira trouxe uma proposta inovadora: unir organização e arte popular para mostrar o valor cultural do samba nos desfiles de Carnaval.
O nome “Primeira” não é por acaso – ela foi uma das pioneiras do gênero.
Conquistas e títulos no Sambódromo
Mangueira é uma das maiores campeãs do Carnaval carioca, com 20 títulos oficiais conquistados (até 2024).
Entre eles, alguns desfiles se tornaram históricos, como o de 2016 com o enredo “Maria Bethânia: A Menina dos Olhos de Oyá”, que encantou o público e os jurados com sua beleza plástica e força emocional.
Outro desfile memorável aconteceu em 2019 com o enredo “História para ninar gente grande”, uma crítica poética e poderosa sobre os apagamentos históricos no Brasil.
Esse desfile rendeu à escola um título e o reconhecimento por sua coragem e criatividade.
Mangueira nunca teve medo de ousar – seja nas cores vibrantes, nas letras das músicas ou nas críticas sociais que embala com ritmo e alegria.
Símbolos, cores e identidade cultural
A Mangueira é facilmente reconhecida por suas cores icônicas: verde e rosa.
Assim, esses tons, inspirados nas flores do morro e nas bandeiras dos antigos blocos carnavalescos, se tornaram marca registrada da escola.
Aliás, a escola também é símbolo de orgulho da comunidade.
Participar da Mangueira – seja como passista, ritmista ou torcedor – é carregar uma tradição viva, passada de geração em geração.
Portanto, cada ensaio é uma celebração da cultura afro-brasileira, da resistência e da beleza popular.
Mangueira e os grandes nomes do samba
Além de Cartola, muitos outros nomes passaram pela Mangueira e deixaram sua marca.
Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça, Agnaldo Timóteo, Beth Carvalho e tantos outros artistas ajudaram a levar o nome da escola aos palcos do Brasil e do mundo.
Assim, a presença desses artistas reforça a força da escola como um berço de talentos e um centro pulsante de criatividade.
A Mangueira no imaginário brasileiro
Mais do que uma escola de samba, a Estação Primeira de Mangueira representa um Brasil que canta, dança, sofre e resiste com dignidade.
Portanto, seu legado vai muito além do Sambódromo – está nas músicas que tocam o coração, nas fantasias que desfilam sonhos e nas vozes que ecoam nos morros e avenidas.
Assim, a cada fevereiro, quando a bateria começa a tocar e o samba-enredo toma conta da Sapucaí, o verde e rosa voltam a brilhar.
E com eles, a certeza de que a história da Mangueira ainda tem muitos capítulos a encantar.
Confira as notícias do Boqnews no Google News e fique bem informado.
#Publi