A COP30 será realizada em Belém do Pará, no próximo novembro.
É a oportunidade para o Brasil reafirmar a sua posição de promissora potência verde, abandonar o famigerado título de “Pária Ambiental” para retomar o seu protagonismo.
Ou será mais uma chance perdida?
O ideal seria despertar a sociedade civil, a única titular da soberania, para assumir o comando das discussões.
Muita gente desconhece o que é uma COP, a Conferência das Nações Unidas para cuidar do Meio Ambiente.
Esta será a trigésima reunião de mais de cento e noventa países.
As três últimas COPs foram comandadas por países produtores de petróleo.
Por isso o tema da descarbonização restou amortecido e não prosperou.
Também falhou a COP29, em Baku, no Azerbaijão, ao não conseguir o financiamento necessário para honrar os compromissos assumidos nos encontros anteriores.
São necessários um trilhão e trezentos milhões de dólares, quando a promessa não passou desta última cifra: trezentos milhões.
Terá o Brasil condições de impor aos Estados partícipes a obrigação de honrarem os acordos firmados, principalmente o de Paris?
Haverá espaço para ratificar a urgência de medidas de descarbonização?
Abordar-se-á o desmatamento inclemente que afeta a integralidade dos biomas pátrios, causa de trágica mudança no clima brasileiro e mesmo internacional?
O que o Brasil dirá ao restante do mundo, quando insiste em explorar petróleo na foz do Amazonas, mesmo ante a advertência do IBAMA de que a área é sensível e que haverá muito risco para a ecologia daquele espaço?
É muito importante que a cidadania esclarecida cuide de fazer chegar ao governo as suas demandas.
E estas não podem ser diferentes daquelas propostas pela ciência.
Se quisermos enfrentar as emergências climáticas, deveremos adaptar as cidades para que seus habitantes não pereçam.
E isso não é tão difícil de fazer: é plantar árvores. Multiplicar os plantios.
Inundar as cidades de cobertura arbórea, porque essa é a mais moderna e profícua tecnologia: tornar a cidade mais verde, para produzir temperaturas mais amenas, gerar água e sombra, abrigar pessoas e fauna.
Qualquer pessoa pode participar dos debates da COP e, mais do que isso, plantar, semear, salvar a cobertura arbórea.
Isso é mais importante do que qualquer discussão que se venha a travar durante o encontro em Belém.
José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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