Duzentos países firmaram o Acordo de Paris, em 2015, convictos de que o aquecimento global é causado pela excessiva emissão de combustíveis fósseis.
A continuar assim, não é remota a possibilidade de eliminação de qualquer espécie de vida neste sofrido planeta.
Comprometeram-se eles a reduzir a emissão dos gases causadores do efeito-estufa.
E teriam de oferecer sua contribuição nacionalmente determinada, conhecida pela sigla em inglês NDC, renovada a cada cinco anos.
O prazo para explicitar a meta de redução venceu em 10 de fevereiro.
Neste 2025, só doze desses países apresentaram seus novos compromissos.
O Brasil foi o segundo a fazê-lo, logo após os Emirados Árabes Unidos. Ausentes os maiores emissores, como China e União Europeia.
A ONU, que perdeu muito do seu poder de convencimento, cuidou de prorrogar o prazo e aceitará os planos faltantes até setembro próximo.
É inacreditável que quase cento e noventa nações o façam, para que os dados constem do relatório a ser apresentado antes da COP30, a ser realizada em Belém, de 10 a 21 de novembro próximo.
Para os desalentados cientistas que acompanham o desenvolvimento dos planos, a situação é de severíssima crise global das NDCs, também provocada pela nefasta alteração geopolítica que deriva das eleições norte-americanas.
Lastima-se que os compromissos assumidos sejam descaradamente descumpridos, em desfavor da salvação da humanidade, que caminha – mais rapidamente do que se desejaria – para o desastre total.
Terão os seres sensíveis e de boa-fé condições de reverter esse quadro, mediante o saudável convencimento de todos aqueles que estão na fila da extinção coletiva e não se dão conta disso?
Será eficiente o catecismo ecológico que alguns professam e cuidam de transmitir, em verdadeira evangelização ambiental?
Seria desejável, mas o retrocesso recente não estimula o entusiasmo dos que enxergam a gravidade da situação e se constrangem diante de tanta irresponsabilidade que avança pelo planeta Terra.
José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
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