Por conta do histórico recente das bandeiras vermelhas, o período de amostragem classificou todas as praias de Santos impróprias para banho, esses fatores representam um risco à saúde pública devido à contaminação da água por poluentes, tornando-se locais desaconselháveis para atividades de lazer, surf e natação. Contudo, no momento atual, apenas a praia do Gonzaga está classificada como imprópria.
Faixas vermelhas
A preservação ambiental e a conscientização são fundamentais para reverter essa situação e garantir praias seguras e saudáveis para todos. O secretário de Meio Ambiente de Santos, Marco Libório, explica como a balneabilidade das praias de Santos se tornam impróprias para banho.
“A classificação das praias em próprias e impróprias é determinada pela presença e quantidade de bactérias que indicam a ocorrência de contaminação fecal, seguindo as diretrizes da Resolução No. 274 do CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente).
No caso da água do mar, a bactéria a ser analisada é o Enterococcus faecalis. Essa bactéria vive nos intestinos de animais de sangue quente, como aves e mamíferos em geral, incluindo o ser humano”.
O secretário aborda que a presença dessa bactéria na água sugere a sua contaminação com material fecal, que pode ser advinda tanto de fontes naturais, como fezes de animais selvagens, quanto de contaminação urbana, como esgoto pluvial ou doméstico.
Assim, a alta concentração dessa bactéria na água do mar numa série de análises é o que torna a praia imprópria para banho, reconhecendo que há maior possibilidade de haver contaminação para os banhistas.
“A praia imprópria demonstra maior risco de contaminação por microorganismos diversos, como bactérias, vírus e protozoários. É importante ressaltar que nem todo contato com esses microorganismos evolui patologicamente, sendo crianças e idosos mais propensos a desenvolver doenças. Em geral esses casos não são graves, sendo a gastroenterite, com sintomas como diarreia, vômito e enjoo, o quadro mais comum. Doenças mais graves como cólera ou hepatite A, entre outras, também seriam possíveis”, explica Libório.
Classificação
Desse modo, a classificação da praia como imprópria não determina que o contato com a água causará doença, mas pelo elevado risco de exposição a uma série de possíveis patógenos. Portanto, recomenda-se que as pessoas evitem o banho nos períodos em que as praias estiverem classificadas como impróprias. Períodos de chuva intensa ou logo após as chuvas também deveriam ser evitados.
A classificação das praias em próprias e impróprias é feita pela Cetesb, seguindo as diretrizes do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente), por meio de uma sequência de cinco análises laboratoriais das águas das praias para verificação e quantificação da bactéria utilizada como indicador de contaminação fecal, Enterococcus faecalis.
Libório explica como funciona a classificação final. “Praia Imprópria: se a mais recente das últimas cinco análises apresentar resultado de 400 UFC de enterococos por 100mL de água ou superior; ou se, nas últimas cinco análises, duas ou mais apresentarm resutados acima de 100 UFC de enterococos por 100mL de água. Já a praia própria: demais resultados.
Cuidados
Os banhistas devem ficar alerta, pois a praia imprópria não determina que haverá adoecimento em caso de contato com a água, mas pelo elevado risco de contaminação, o ideal é evitar o contato durante os períodos de classificação imprópria. Pessoas com feridas abertas também devem evitar contato com a água, uma vez que é mais fácil haver processo infeccioso.
Programa Detecta
A Secretaria de Meio Ambiente de Santos iniciou, em abril desse ano, o programa Detecta, cujo objetivo é alcançar a melhoria da qualidade das águas dos canais de drenagem com consequente evolução dos índices de balneabilidade das praias do município.
Assim, efetuando coleta e análise colimétrica das águas dos canais de drenagem e vistorias com aplicação de corantes. O programa realiza 3 coletas semanais.
Dessa forma, é necessário ter atenções para a classificação das bandeiras na praia que possuem indicações por autoridades locais e agentes ambientais.
O cidadão deve fazer o descarte correto de lixo, evitar poluição e cuidar dos animais de estimação.