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29 DE JULHO DE 2017

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Aumento de pessoas em situação de rua em Santos é cada vez maior

A situação econômica do País tem contribuído para o crescimento da população de rua. Apesar de não existirem dados atualizados em Santos é nítido o aumento de homens e mulheres dormindo debaixo de marquises.

Por: Da Redação

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Alexsandro ao lado da Toty. Diariamente eles estão no Gonzaga, em frente ao Shopping Miramar

Aos 11 anos, Alexsandro, hoje com 31, escolheu as calçadas para morar. As brincadeiras juvenis, assim como as ‘más-criações’ com a mãe foram deixadas de lado e no lugar entrou a luta diária pela sobrevivência nas ruas.

Quem costuma ir ao Gonzaga certamente já o viu vendendo balas ao lado de sua grande companheira, a Toty, uma vira-lata de 7 anos. O rosto de Alex não engana que o passado não foi fácil, mas em poucos minutos de conversa é possível perceber que foi possível dar a volta por cima.

“Não sou mais morador de rua… há quase 10 anos deixei de ser. Estou casado, tenho uma filha de um ano e dois enteados. Vendo balas para comprar a ração da Toty, mantimentos para minha família e pagar o aluguel do local onde moro”, conta.

Diferente de Alexsandro, que hoje tem um lar seguro, muitas pessoas moram nas ruas e abrigos de Santos. O último censo realizado no município, em 2013, apontou que existiam na Cidade 591 moradores de rua nos logradouros e 206 pessoas acolhidas nas instituições que provêm esse serviço.

Todavia, só de caminhar pelas ruas em diferentes horários é notório que a quantidade de pessoas em situação de rua têm aumentado. “Para eu ter certeza teria que fazer um novo censo, mas percebemos um aumento sim”, reconhece a secretária de assistência social da Prefeitura de Santos, Rosana Russo.
Estudos acadêmicos apontam que múltiplos fatores são determinantes para que indivíduos se instalem nas ruas, entre eles: doenças mentais, abandono, desastres naturais, dependência química e falta de trabalho e renda.

O último citado, quiçá, seja atualmente a razão prevalecente para justificar este crescimento. “Acredito que é um reflexo grave do que está acontecendo na sociedade. Nos abrigos temos recebido várias famílias em situação de despejo. São pessoas que perderam o emprego e não tem mais lar… Damos prioridade às mulheres e crianças”, destaca.

Santos conta com cinco abrigos com capacidade para abrigar 250 pessoas. No momento, existem vagas apenas para mulheres em situação de rua, pois as masculinas estão totalmente preenchidas.

Reinserção

Independente do motivo que leva uma pessoa a morar na rua, a reinserção à sociedade é bastante dificultosa. Alexsandro, por exemplo, faz questão de salientar que não tem qualquer vício e que gostaria de arranjar um emprego.
“Vendo balas porque não consigo arranjar emprego. Se alguém puder me ajudar a conseguir um, agradeço. Aceito todo tipo de trabalho”, ressalta. “Não quero que meus filhos passem pelo o que eu passei”.

Há dois anos atuando nas ruas da cidade, o grupo de voluntários do Entrega por Santos realiza um trabalho social que visa “resgatar sorrisos daqueles que vivem nas ruas” — como está descrito na página do Facebook.

No total, foram realizadas 25 ações, no qual foram distribuídos mais de 5 mil kits contendo água, papel higiênico, bolachas, pastas, escovas de dente, camisinhas e sabonetes. Neste sábado (29), ocorre a 26ª ação, a partir das 20 horas, com concentração na Praça da Aparecida.

Os voluntários pedem a doação de cobertores, bolachas, meias, escovas de dentes e sabonetes. Pontos de arrecadação devem ser conferidos na página do grupo no Facebook.

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