Usuários pedem melhorias na ciclovia da Avenida Ana Costa | Boqnews
Ciclovia da Avenida Ana Costa. Foto: Ronaldo Tarallo Jr/Colaborador

Raio-X

28 DE ABRIL DE 2025

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Usuários pedem melhorias na ciclovia da Avenida Ana Costa

Com cerca de três quilômetros, ciclovia da Avenida Ana Costa está repleta de problemas, como apontam usuários. Reportagem do Boqnews percorreu todo o trecho.

Por: Ronaldo Tarallo Jr - Colaborador
Da Redação

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A ciclovia da Avenida Afonso Pena está em estágio final de uma grande revitalização, após muitos anos sendo prejudicada com crescimento de raízes e falta de iluminação.

Porém, outra ciclovia da cidade, a da Avenida Anna Costa, que conecta o centro da cidade à orla, também apresenta sérios problemas.

Inaugurada em 2010, com cerca de 3 quilômetros de extensão, foi projetada para incentivar o uso da bicicleta na cidade.

No entanto, hoje em dia traz mais dificuldade aos seus usuários do que facilidades.

A reportagem do Boqnews percorreu toda a sua extensão em ambos os sentidos.

Assim, o que se vê é um cenário de abandono, em especial nos trecho que ficam acima da linha do VLT, nas imediações da Avenida Francisco Glicério.

Isso coloca em risco a integridade física dos ciclistas com desníveis, buracos e até soluções improvisadas por munícipes refletindo na ausência de manutenção por parte do poder público.

Em vários pontos, as grades estão desniveladas, colocando em risco os ciclistas. Foto: Ronaldo Tarallo Jr

Grades desniveladas

O problema mais evidente ao longo da ciclovia está nas grades de chão, originalmente instaladas para proteger as raízes das palmeiras imperiais.

Contudo, essas grades aparentemente não recebem manutenção há muito tempo.

Hoje, muitas delas apresentam aclives ou declives acentuados, o que obriga ciclistas a trafegar na contramão ou reduzir drasticamente a velocidade para evitar acidentes.

Os trechos que contêm esse tipo de proteção, seja em apenas um sentido ou ambos, estão listados abaixo e todos com algum grau de aclive ou declive para os que ali transitam.

Neste trecho, a altura da grade impressiona, colocando em risco os usuários. Foto: Ronaldo Tarallo Jr/Colaborador

Confira

  • Entre a Praça Independência e a praia
  • Entre a Rua Tolentino Filgueiras e Rua Luis de Faria
  • Entre as ruas Luiz Suplicy/Rua Paraguai e Rua Goiás
  • Entre a Av. Francisco Glycério e a Rua Pedro Américo (o pior trecho)
  • Entre a Rua Espírito Santo e a Rua Guedes Coelho
  • Em frente ao Lar das Moças Cegas
  • Próximo à Igreja Coração de Maria

O editor de vídeos, Fernando Fernandes, utiliza a ciclovia com frequência e além dos problemas das grades, tem uma percepção que apenas parte do modal é zelado.

“Da Avenida Francisco Glycério até a praia, a ciclovia está melhor preservada. Parece que só mexem na zona da orla e no resto deixam a desejar, com as raízes subindo nas grades e alguns buracos.”

“Parece que só mexem na zona da orla e no resto deixam a desejar, com as raízes subindo nas grades e alguns buracos”, diz Fernando. Foto: Ronaldo Tarallo Jr/Colaborador

Problemas estruturais e segurança

Desde a inauguração, a ciclovia apresenta um problema estrutural de concepção: a pista só permite ultrapassagens nos trechos onde há grades de ventilação.

Como esses trechos estão justamente em pior estado, muitos ciclistas são obrigados a trafegar na contramão ou até invadir o jardim central para ultrapassar outros ciclistas.

Por sua vez,  o técnico de informática, Alecsandro Carvalho, utiliza toda a extensão da ciclovia três vezes por semana.

“As pistas estreitas e não há muito o que fazer para passar para frente de algum ciclista”, explica Alecsandro Carvalho. Foto: Ronaldo Tarallo Jr/Colaborador

Apesar de considerar que o local está em melhores condições em relação ao mesmo tipo de viário de outras cidades, ele enxerga alguns problemas estruturais.

“Existe o problema do pedestre que não respeita a sinalização e a área destinada a eles”, diz.

“Porém é muito complicado realizar ultrapassagens, pois são pistas estreitas e não há muito o que fazer para passar para frente de algum ciclista”, completa.

No cruzamento de ambas as vias, pouco espaço restante coloca em risco os ciclistas. Situação piora com a passagem do VLT. Foto: Ronaldo Tarallo Jr/Colaborador

Cruzamento perigoso

Aliás, no cruzamento das ciclovias da avenidas Anna Costa e Francisco Glicério, especialmente nos horários de pico, a falta de áreas de manobra ou “escapes”, somada à passagem do VLT, faz com que os ciclistas se arrisquem em conversões perigosas.

Aliás, são frequentes os pequenos acidentes e o acúmulo de trânsito nesse encontro de ciclovias.

“Eu quase me acidentei com uma moto pela falta de espaço de onde ficar com a bicicleta. Os horários de pico são ainda piores, pois temos que dividir espaço com o VLT e com a outra ciclovia disputando espaço. Com isso acabamos não esperando e passando sem poder, nos arriscando”, complementa o técnico de informática.

Assim, em meio ao vai e vem do trânsito, moradores de rua ficam sobre os abrigos dos antigos bondes. Foto: Ronaldo Tarallo Jr/Colaborador

Buracos, lombadas e moradores em situação de rua

Em frente ao Hospital São Lucas, no sentido centro, as raízes das árvores levantaram o piso, formando uma lombada que ameaça a segurança de quem passa.

Por sua vez, no sentido praia, próximo a Rua Almeida de Moraes, há um buraco causado aparentemente por um conduíte elétrico.

Trecho da ciclovia da via nas imediações da Rua Espírito Santo. Foto: Ronaldo Tarallo Jr/Colaborador

Outro buraco se encontra em frente à Rua Espírito Santo, bem na divisão entre os dois sentidos da ciclovia.

Nos antigos pontos de bonde — junto ao cruzamento das avenidas Francisco Glicério, Carvalho de Mendonça e na Praça Belmiro Ribeiro — é comum encontrar moradores em situação de rua dormindo nas estruturas.

Dessa forma, isso representa riscos tanto para eles quanto para os ciclistas, além do acúmulo de sujeira nesses locais.

Na Praça Independência, mosaicos soltos e mato. Foto: Ronaldo Tarallo Jr/Colaborador

Abandono na Praça Independência

Na Praça Independência, o abandono é ainda mais evidente.

O mato cresce , principalmente na parte central, nas proximidades do monumento aos Andradas e no jardim é possível notar locais sem o azulejo de proteção.

No trecho da ciclovia, faltam pedras portuguesas, resultando em buracos.

Já nas grades, o gramado cresce onde as bicicletas não passam.

Aliás, o mato não é alto, mas demonstra uma falta de zeladoria.

Em muitos trechos, quem “corta a grama” são as próprias rodas das bicicletas

Intervenção de cidadão virou solução definitiva

Em 2023, no trecho próximo à Igreja Coração de Maria, parte de uma grade de chão foi furtada.

Após a queda de uma ciclista e a demora da reposição por parte da prefeitura, o atual coordenador de Paisagismo da Copaisa (Coordenadoria de Paisagismo) André Marins — na época conhecido nas redes sociais por tapar buracos por conta própria e candidato derrotado a vereador pelo PP nas eleições de 2024 com 1055 votos, tornando-se suplente da legenda — resolveu intervir.

Em vídeo publicado em suas redes sociais (que pode ser visto neste link https://www.instagram.com/reel/DADvgJTR4Jd/?igsh=bGZzNzYyamp2aWVh), ele aparece cobrindo o buraco com asfalto.

Portanto, a solução improvisada permanece até hoje: metade do trecho com grade, metade com asfalto.

Metade da pista com grade de ferro. Outra, com asfalto. Foto: Ronaldo Tarallo Jr/Colaborador

Escuridão em outras ciclovias

Já na ciclovia do Canal 5, entre a Rua Ministro João Mendes e a Rua Frei Francisco Sampaio, e na ciclovia do Canal 6, em frente ao Batalhão, a baixa visibilidade à noite nestes locais, deixa o tráfego mais difícil, além de dar uma sensação de insegurança para os que ali transitam.

Circular à noite pelas ciclovias dos canais 5 e 6 lembra filmes de suspense em razão da intensa escuridão. Foto: Ronaldo Tarallo Jr/Colaborador

O que diz a Prefeitura?

A Prefeitura de Santos, por meio das secretarias e coordenadorias responsáveis, informa sobre o andamento das ações relacionadas à infraestrutura cicloviária e zeladoria urbana em diversos pontos da cidade:

Ciclovias e Obras em Andamento

A ciclovia da Avenida Afonso Pena encontra-se em fase final de revitalização.

Como parte do mesmo projeto de melhorias, também será revitalizado o trecho da ciclovia da Avenida Cláudio Luiz da Costa, integrando as intervenções de drenagem, calçadas acessíveis, sarjetas e meios-fios.

A obra de drenagem neste trecho teve início em 24 de abril. No momento, não há projetos em andamento para a construção de novas ciclovias na cidade.

Ciclovia da Avenida Anna Costa

A manutenção das grades metálicas no chão da ciclovia da Avenida Anna Costa está em fase de organização interna e será realizada pela Prefeitura Regional da Zona da Orla/Intermediária.

No trecho próximo à Igreja Coração de Maria, onde uma grade foi furtada em 2023, será executado o reparo durante a segunda quinzena de maio.

O local receberá piso drenante ou concregrama.

Assim, a substituição com asfalto realizada por terceiros não é uma técnica recomendada oficialmente, sendo necessária autorização prévia da Prefeitura para qualquer intervenção desse tipo.

Prefeitura prevê melhorias na Praça Independência. Foto: Ronaldo Tarallo Jr

Praça da Independência

Está programado para o mês de maio o reparo do mosaico português da Praça da Independência, de acordo com o cronograma da Prefeitura Regional da Zona da Orla/Intermediária.

A zeladoria da praça também será realizada, abrangendo a área com vegetação alta nas proximidades do monumento dos Andradas.

No momento, não há projeto em estudo para alteração do trajeto da ciclovia no local.

Segurança e População em Situação de Rua

A Secretaria de Assistência Social realiza abordagens periódicas em diversos pontos da cidade, ofertando acolhimento nos serviços da rede municipal.

A população pode colaborar acionando o serviço de abordagem social por meio do telefone 153.

Em relação à presença de pessoas em situação de rua nos antigos pontos de bonde da ciclovia da Anna Costa, a Prefeitura reitera que a permanência nesses locais não é ilegal e que a segurança de todos é prioridade.

Interseção das Ciclovias Anna Costa e Francisco Glicério

No cruzamento entre as avenidas Anna Costa e Francisco Glicério, não há espaço físico suficiente para intervenções adicionais.

A CET-Santos tem intensificado ações educativas voltadas aos ciclistas, visando promover condutas seguras, especialmente nos horários de pico, quando há maior risco de acidentes.

Iluminação nas Ciclovias dos Canais 5 e 6

A Coordenadoria de Paisagismo (Copaisa) informa que as últimas podas nas árvores que sombreiam as ciclovias dos canais 5 e 6  ocorreram em setembro e outubro de 2024, respectivamente.

Assim, as próximas intervenções estão programadas para setembro de 2025, em respeito ao ciclo vegetativo das espécies.

Porém, não há previsão de instalação de iluminação pública adicional nos trechos citados, como ocorre na ciclovia da orla.

A Prefeitura segue comprometida com a segurança e o bem-estar dos ciclistas e pedestres, bem como com a constante manutenção e aprimoramento dos espaços públicos da cidade.

 

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