Ao completar 478 anos, Santos enfrenta o desafio de continuar oferecendo a seus habitantes o nível de qualidade de vida que a coloca com destaque na lista de melhores cidades brasileiras para se viver.
Privilegiada pela sua geografia litorânea, que permitiu a instalação e a continua expansão do maior complexo portuário do País, assegurando condições financeiras extremamente favoráveis no ranking das localidades que mais arrecadam tributos -, o município ainda busca soluções para o enfretamento de problemas crônicos motivados pela ausência de planejamento de ações de médio e longo prazos.
Questões referentes a políticas urbanísticas, a partir da revisão de critérios de zoneamentos e limites construtivos; ambientais, com a recuperação e manutenção permanente das condições de balneabilidade das praias, preservação de áreas verdes e novo local para a destinação final do lixo; a expansão de projetos habitacionais para por fim ao uso de cortiços, palafitas e sub-habitações que ocupam áreas de risco; melhorias no atendimento à saúde, assistência social, à segurança e sistemas de mobilidade devem constar obrigatoriamente na pauta de prioridades estabelecidas pelas administrações municipais.
Da mesma forma, criar estímulos à geração de empregos para evitar o êxodo de jovens e expansão de setores econômicos caracterizados pela vocação natural da Cidade, como as atividades portuárias e turísticas, devem constar nos planos que irão assegurar um futuro próspero aos santistas e, por consequência, aos que residem nas demais cidades que compõem a Baixada Santista.
Nesse sentido, as eleições municipais previstas para ocorrer em outubro próximo, que irão escolher prefeitos e vereadores, revestem-se de extrema importância.
Não só pela possibilidade de ampliar o debate a partir das propostas apresentadas pelos pleiteantes aos cargos em disputa, mas também por favorecer a colheita de ideias e sugestões oriundas da sociedade civil que, ao final, é quem paga a conta pelos erros e acertos dos responsáveis pela adoção e implementação das políticas públicas.
Assim, mais do que nunca, é de se esperar que a disputa política a ser travada este ano em âmbito municipal se atenha principalmente às discussões de soluções e propostas exequíveis voltadas à melhoria da qualidade de vida da população, ao invés de limitar-se às frivolidades que caracterizam retóricas ideológicas e de caráter comportamental, que invariavelmente se utilizam de fake news e outras táticas eleiçoeiras para desqualificar oponentes e camuflar fragilidades propositivas e posições contraditórias de quem tem pouco a oferecer.
Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação
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