Certa vez, numa caminhada conjunta de muitas pessoas, já no fim da tarde, escurecendo, cada uma carregando uma cruz, tamanho e peso variados, um errante deitou-se durante o repouso coletivo, esperou que todos adormecessem e num lance rápido, trocou sua grande cruz pela cruz do vizinho, pequena e aparentemente leve.
Triste fracasso e erro… pois a cruz do outro lhe era pesada e irremovível.
Decepcionado e envergonhado, foi acalentado por um anjo que o acalmou dizendo que cada ser humano carrega sua própria cruz, confeccionado por tropeços, erros, escolhas indevidas, desacertos, traições e desamor.
Assim sendo, tal anjo amparou-lhe, mostrou sua força física e mental, preparou-lhe para a árdua tarefa de prosseguir e com o convencimento angelical orientou-lhe a seguir sua estrada sob sua cruz verdadeira e devida à carga trazida de vidas passadas.
E assim, o tal errante seguiu sua tarefa, carregando um fardo pesadíssimo por uma estrada íngreme e tortuosa.
Chegando lá em cima, compartilhou sua dor com o Nazareno e assim, descobriu a luz de seus tombos e a estrada certa para seus erros.
E assim, claro da luz da retidão, luz da busca do bem, clarão das ideias, ajoelhou-se ao Pai e seguiu sua vida de forma segura e amparada.
Bruno Pompeu é médico e escritor
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