Sou daquelas escritoras que não conseguem escrever nada sem antes ler tudo o que posso sobre o tema. Exceto meus poemas, que são o que tenho de mais sentir em minha alma, todos os artigos e textos em prosa exigem uma verificada no velho Google para evitar falar bobagens demais.
Adoraria ter uma sabedoria incalculável que me permitisse saber e falar de tudo sem precisar pesquisar ou estudar. Por outro lado, adoro a ideia de me desafiar a começar um texto novo. É nessa hora que meu apelido de infância vale muito a pena – Leninha quer ver ou, mais atualmente, Leninha quer saber.
O livro como símbolo da humanidade
Hoje é, com certeza, um dia importante para todos os autores do mundo. O que seria da humanidade sem os livros? E o que seriam dos escritores se não houvesse o sonho de publicar suas obras? E, caminhando um pouco mais, como ficariam os leitores ávidos se não pudessem cheirar, folhear, encantar-se pelas capas e fazer suas escolhas, muitas vezes empíricas e sensoriais, sem nossas amadas obras?
Voltando à pesquisa simples que fiz antes de começar este texto, descobri que o primeiro exemplar escrito e publicado no mundo se chama A Epopeia de Gilgamesh. Trata-se de uma compilação poética com mais de três mil anos, escrita em tábuas de argila na Mesopotâmia. Com certeza, vou adquiri-lo tão logo termine este texto breve texto.
Já sabemos que o primeiro livro impresso no mundo por Gutenberg foi a Bíblia Sagrada, que também tem perto de dois a três mil anos de histórias escritas pelos seres humanos. Isso me leva a uma reflexão: nascemos com o desejo de imprimir nossas vivências para deixar um legado para a posteridade.
Não acredito na ideia de que o livro vai acabar. Com uma perenidade de tantos séculos, dificilmente a humanidade deixará de consumir histórias e saberes, a menos que uma hecatombe muito inesperada nos atinja. Mas as ninfas da literatura não permitirão tal acontecimento.
Dia Mundial do Direito do Autor
Para um autor, o reconhecimento como criador de seu trabalho é um dos maiores prêmios para sua criação. Infelizmente, já vivi a dor de ter um trabalho inteiro copiado; não foi plagiado, foi literalmente copiado.
Com a modernização da web e da inteligência artificial, torna-se desafiador distinguir o criador da criação. Mas essa é uma luta que precisa continuar.
Para os escritores – e acredito que isso aconteça nas demais manifestações artísticas também – dentro da cadeia que envolve a criação, publicação e distribuição, fica a menor parte do valor. Se essa mínima parte não chega até ele, com certeza é um estelionato.
Criar envolve um processo de desapego interior, um longo tempo de aprendizado, investimento intelectual e sofrimento interno. Por essa razão, ter um dia para lembrar desse direito é importante e significativo.
A data foi escolhida em 1995 durante a XXVIII Conferência Geral da Unesco em Paris. O dia 23 de abril homenageia três grandes escritores que morreram nessa data: William Shakespeare, Miguel de Cervantes e Inca Garcilaso de la Vega.
Proteger o direito do autor é proteger a história da humanidade!
Helena Fraga é escritora, empresária e escreve desde os 13 anos de idade
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