Horda clientelista | Boqnews

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09 DE DEZEMBRO DE 2022

Horda clientelista

Por: Humberto Challoub

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O acirramento da disputa por cargos e espaços de relevância no Governo Federal – e suas respectivas autarquias -, envolvendo os PT e os demais partidos que irão compor compor a base governista no Congresso, é o primeiro e claro indício de que o presidente Lula terá muitas dificuldades para conduzir sua gestão de forma harmoniosa, a partir de janeiro.

Além de ter que acomodar interesses petistas, ele dificilmente ficará imune à horda clientelista que deseja ocupar gabinetes palacianos.

Por certo, esse grupo, não dispõe de vocação altruísta para ceder espaços aos quadros técnicos necessários para colocar em curso as principais ações definidas para uma administração.

Da mesma forma, pelo que se viu até aqui, as principais lideranças partidárias que ajudaram a eleger o futuro governo têm demonstrado maior disposição para atender aos pleitos de seus pares, desconsiderado as características técnicas exigidas pelos cargos a serem preenchidos e, sobretudo, desprezando a afinidade dos profissionais com os projetos que o Governo pretende desenvolver ao curso dos próximos quatro anos.

Prenuncia-se, assim, um conflito de interesses e a falta do entrosamento necessários para que sejam alcançados os níveis de eficiência apregoados.

Apesar de pertinente aos conceitos que orientam o regime democrático, de pluralidade e divergências de ideias, os embates internos ameaçam produzir uma instabilidade política indesejável para um governo que se inicia e precisa vencer inúmeros desafios, especialmente atingir a meta preconizada de erradicação total da pobreza extrema em todas as regiões do País.

Nesse sentido, as chantagens e barganhas políticas utilizadas como moeda de troca dentro do Governo revelam-se um obstáculo difícil de ser transposto, uma vez que acirram posições antagônicas que agora são obrigadas a convergir em uma mesma direção.

O atual momento vivido pelo Brasil e as perspectivas favoráveis sinalizadas pela expansão das atividades econômicas não podem ser desperdiçadas por caprichos, egocentrismos e interesses outros que não sejam o bem maior da população brasileira.

Mais do que dedicar atenção à conquista de benesses aos seus apaniguados, as lideranças partidárias deveriam focar seus esforços na realização das reformas almejadas pela sociedade brasileira, especialmente as que dizem respeito aos sistemas tributário e político.

É de se esperar, portanto, maior comprometimento dos representantes políticos na observância dessas questões, fundamentais para dotar o País das condições ideais para o desenvolvimento e consolidação de um mercado sólido, capaz de atender as demandas de trabalho, consumo e, sobretudo, contribuir para reduzir as acentuadas diferenças sociais existentes.

Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação

 

 

 

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