Com início promissor, a política de integração regional anunciada pela nova administração do Porto de Santos finalmente parece que terá a relevância merecida, a partir dos investimentos anunciados até aqui pela autoridade portuária e prefeituras locais.
A parceria nas áreas de turismo e habitação, com a implantação do Complexo do Valongo e de construção de moradias em Guarujá, são exemplos positivos de como produzir benefícios locais a partir dos bons resultados obtidos pelo porto santista.
Nesse contexto, ainda se insere o aguardado projeto de construção do túnel submerso ligando Santos e Guarujá que, caso realmente construído, representará um importante estímulo ao desenvolvimento da região.
Com o envolvimento de importantes lideranças políticas, como o ministro de Portos e Aeroportos, Marcio França, e o governador Tarcísio de Freitas, cresce a confiança de que, desta vez, os projetos serão realmente efetivados.
É certo que, cada vez mais, a crescente movimentação operacional da atividade portuária exigirá a construção de novos berços de atracação, ampliação das áreas para movimentação e armazenamento de cargas, aumento do número de vias de acesso ao cais e aperfeiçoamento de sistemas intermodais.
Não há como negar que a possibilidade de expansão das atividades ligadas ao porto apresentam perspectivas otimistas, com a singular possibilidade de ampliar o número de vagas no mercado de trabalho.
Da mesma forma, não há como desconsiderar a importância estratégica do Porto de Santos nas pretensões brasileiras de conquistar novos mercados internacionais, dentro do contexto predominante nas relações atuais de comércio, que valorizam eficiência, qualidade e baixo custo operacional.
É de se esperar, entretanto, que além de regozijar sobre os ganhos prováveis propiciados pela ampliação e modernização do porto, o desenvolvimento desse processo seja conduzido de forma cuidadosa e responsável, evitando assim a repetição dos erros conhecidos cometidos no passado, especialmente os relacionados às políticas equivocadas adotadas nas áreas ambientais, de infraestrutura e na concessão de áreas públicas a empresas particulares arrendatárias que trouxeram prejuízos ao conjunto da sociedade.
Portanto, mais do que nunca torna-se importante valorizar as contrapartidas às administrações municipais integradas a área do porto organizado, de forma a que possam dispor dos recursos necessários para adotar as ações de resguardo à qualidade de vida das populações locais e de preservação do meio ambiente.
O Porto de Santos se consolida, cada vez mais, como uma valiosa ferramenta a serviço do desenvolvimento nacional, porém não deve mais estar alheio aos anseios e expectativas regionais.
Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação
Deixe um comentário