A contar o ambiente político que predomina no País, afetado pela polarização e pelas muitas contradições que envolvem os candidatos que irão disputar as eleições agendadas para outubro próximo, especialmente a Presidência da República e os governos estaduais, é certo que o ano que ora se inicia será um importante teste para a democracia brasileira, tendo em vista o elevado grau de imprevisibilidade motivado pelas incertezas geradas pela indefinição do cenário político.
Diante desse cenário, o País enfrenta o desafio de saber administrar os sobressaltos, especialmente os que acometem os sistemas econômicos, assegurando dessa forma a continuidade dos projetos em desenvolvimento.
Dessa forma, independente dos partidos os facções a que pertençam, caberá aos governos Federal, estaduais e municipais cumprir papel preponderante, uma vez que dispõem dos recursos necessários para realizar investimentos em setores essenciais, especialmente em projetos de infraestrutura que assegurem a oferta de postos de trabalho para as famílias de baixa renda.
O momento também torna-se extremamente propício para a retomada das discussões em torno da urgência em se promover uma ampla reforma do sistema tributário nacional, que há muito é reclamada pelos setores produtivos.
Sobrecarregados por elevados impostos, por um modelo trabalhista arcaico e pela burocracia fiscal, as empresas que atuam em território brasileiro têm reduzida as chances de crescimento e de competitividade nos mercados externos, diminuindo as possibilidades de abrigar maior número de trabalhadores.
Somente a geração e distribuição de renda por meio do incremento das atividades produtivas, a partir da ampliação da massa salarial dos brasileiros, irá alicerçar a criação de um mercado consumidor interno capaz de evitar que o País fique à mercê das especulações e às variáveis externas, que por muito tempo obrigou governos brasileiros deficitários a recorrer à agiotagem camuflada mantida por organismos internacionais dirigidos pelas nações mais ricas.
Igualmente relevante deve ser a atenção disponibilizada à formação educacional das novas gerações, em todos os seus níveis. Sem uma política consistente de capacitação, qualificação profissional e estímulo às pesquisas tecnológicas torna-se impossível construir uma nação moderna e justa com seus habitantes.
O Brasil pode e deve contrariar a tendência pessimista imposta pela crise pandêmica, com competência para reduzir as imensas diferenças sociais que ainda geram miséria e violência. E é isso, por certo, que a sociedade brasileira almeja para 2022.
Humberto Challoub é jornalista, diretor de redação do jornal Boqnews e do Grupo Enfoque de Comunicação
Deixe um comentário