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15 DE ABRIL DE 2025

Valer-se da COP30 para repensar o Brasil

José Renato Nalini

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A COP30 será realizada em Belém do Pará, no próximo novembro.

É a oportunidade para o Brasil reafirmar a sua posição de promissora potência verde, abandonar o famigerado título de “Pária Ambiental” para retomar o seu protagonismo.

Ou será mais uma chance perdida?

O ideal seria despertar a sociedade civil, a única titular da soberania, para assumir o comando das discussões.

Muita gente desconhece o que é uma COP, a Conferência das Nações Unidas para cuidar do Meio Ambiente.

Esta será a trigésima reunião de mais de cento e noventa países.

As três últimas COPs foram comandadas por países produtores de petróleo.

Por isso o tema da descarbonização restou amortecido e não prosperou.

Também falhou a COP29, em Baku, no Azerbaijão, ao não conseguir o financiamento necessário para honrar os compromissos assumidos nos encontros anteriores.

São necessários um trilhão e trezentos milhões de dólares, quando a promessa não passou desta última cifra: trezentos milhões.

Terá o Brasil condições de impor aos Estados partícipes a obrigação de honrarem os acordos firmados, principalmente o de Paris?

Haverá espaço para ratificar a urgência de medidas de descarbonização?

Abordar-se-á o desmatamento inclemente que afeta a integralidade dos biomas pátrios, causa de trágica mudança no clima brasileiro e mesmo internacional?

O que o Brasil dirá ao restante do mundo, quando insiste em explorar petróleo na foz do Amazonas, mesmo ante a advertência do IBAMA de que a área é sensível e que haverá muito risco para a ecologia daquele espaço?

É muito importante que a cidadania esclarecida cuide de fazer chegar ao governo as suas demandas.

E estas não podem ser diferentes daquelas propostas pela ciência.

Se quisermos enfrentar as emergências climáticas, deveremos adaptar as cidades para que seus habitantes não pereçam.

E isso não é tão difícil de fazer: é plantar árvores. Multiplicar os plantios.

Inundar as cidades de cobertura arbórea, porque essa é a mais moderna e profícua tecnologia: tornar a cidade mais verde, para produzir temperaturas mais amenas, gerar água e sombra, abrigar pessoas e fauna.

Qualquer pessoa pode participar dos debates da COP e, mais do que isso, plantar, semear, salvar a cobertura arbórea.

Isso é mais importante do que qualquer discussão que se venha a travar durante o encontro em Belém.

 

José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e secretário-executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.

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