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Foto: Antônio Milena

Eleições

03 DE SETEMBRO DE 2024

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Debate entre candidatos à Prefeitura de Santos tem foco em segurança e educação

Telma de Souza (PT), Rogério Santos (Republicanos) e Rosana Valle (PL) defenderam valorização de salários e planos de carreira para professores e guardas civis

Por: Da Redação

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O debate entre os candidatos à Prefeitura de Santos realizado na última segunda-feira (2), da revista VEJA em parceria com a ESPM, teve foco nas propostas sobre as áreas de segurança pública e educação.

Sendo assim, participaram do encontro os candidatos mais bem colocados nas pesquisas de intenção de voto: Rogério Santos (Republicanos), que disputa a reeleição; a deputada federal Rosana Valle (PL); e a vereadora Telma de Souza (PT).

Segurança Pública

O debate começou com pergunta da candidata Rosana Valle (PL) sobre segurança pública, ao candidato Rogério Santos. Ela ressaltou que Santos tem atualmente cerca de 2 mil moradores de rua. Santos disse que a adversária confunde políticas sociais com segurança pública. “Cada pessoa em situação de rua é uma história, de problemas psiquiátricos, de dependência química. Algumas cometem crimes. Para cada caso, a prefeitura oferta um serviço”, disse enumerando iniciativas da prefeitura.

Sobre segurança pública, ele disse que a prefeitura tem investido em tecnologia, aumento de efetivo da Guarda Municipal e em um trabalho conjunto com o governo do Estado. “Santos é uma das cidades mais seguras do nosso país.”

Na réplica, Valle disse que o candidato “se rendeu à extrema esquerda”. E que pretende trocar as câmeras por outras mais modernas com sistema de reconhecimento facial. Santos, na tréplica, ironizou as propostas de Valle: “A candidata precisa fazer propostas novas. Tudo isso a gente já faz”, disse – e acrescentou que a cidade obteve o Selo Connected Smart Cities (iniciativa da plataforma Connected Smart Cities em parceria com a Spin – Soluções Públicas Inteligentes).

Habitação

Na pergunta seguinte, Santos questionou a candidata Telma de Souza sobre o que ela fará com respeito do Dique da Vila Gilda, a maior comunidade construída sobre palafitas no país. A candidata respondeu ser preciso investir em moradia em lugares minimamente adequados e entregar policlínicas, escolas e segurança pública. Rogério disse que sua gestão entregou 1.460 unidades habitacionais na região do Dique e que mais 900 estão em construção. Na réplica, Souza reforçou a necessidade de políticas públicas de saúde, educação e segurança.

Em sua primeira pergunta, dirigida à candidata do PL, Telma de Souza perguntou sobre o voto da deputada na chamada “PEC das Praias” – projeto apresentado em 2011 pelo então deputado federal Arnaldo Jordy. A PEC se tornou objeto de polêmica depois de alimentar controvérsias nas redes sociais envolvendo o jogador de futebol Neymar e a atriz Luana Piovani, que ensejou debates acerca de uma eventual “privatização” de trechos do litoral.

Valle respondeu que o projeto tem por objetivo acabar com o laudêmio, taxa cobrada desde o século 19 na compra e venda de terrenos de marinha, como as praias, e completou dizendo que a ideia de privatizar praias é “fake news da extrema esquerda”. Telma replicou que o PT recomendou votar contra a PEC, e que o ex-presidente Jair Bolsonaro recomendou o voto a favor – “e a senhora obedeceu a esse comando”. Na réplica, Valle (que é do partido de Bolsonaro) disse que a proposta é reivindicação de moradores da orla de Santos e da Zona Noroeste da Cidade.

 

2º bloco

Na abertura do segundo bloco, a candidata Rosana Valle teve 30 segundos para se manifestar – o saldo extra foi concedido devido a problemas técnicos no bloco anterior, que comprometeram sua fala. Ela retomou o comentário sobre a PEC das Praias, repetiu ser contra a privatização destas e que se trata apenas de medida para acabar com o laudêmio.

Na primeira pergunta do bloco, o editor de VEJA, José Benedito da Silva perguntou a Santos sobre o projeto do governo do Estado, de escolas cívico-militares e sobre a terceirização da gestão das escolas. Santos disse que o projeto de escolas cívico-militares não foi aprovado pelo Conselho Municipal de Educação e que não é favorável à terceirização da gestão das escolas. Ele destacou que levou ao governo estadual projeto de faculdade pública para a Zona Noroeste da Cidade – e que o governador Tarcísio de Freitas aceitou.

Souza comentou lembrando que em sua gestão (1989-1992) construiu sete creches e zerou a fila de espera por vagas – além de abrir 7 mil vagas para o ensino fundamental. Santos, na réplica destacou que tem reconhecimento da Associação Internacional de Cidades Educadoras e recebeu um prêmio do Ministério da Educação de Portugal. “A Meta 6 do plano Nacional de Ensino é que as cidades tivessem 25% das crianças em [escolas de] período integral. Santos alcançou neste ano 75%”, destacou.

Funcionalismo municipal

A repórter de VEJA Laisa Dall’Agnol perguntou a Telma de Souza se haverá reajustes para o funcionalismo municipal (segundo a repórter, hoje 40% da receita da cidade é destinada à folha de pagamento). Souza disse que pretende valorizar os servidores com planos de carreira: “Se você não tiver plano de carreira, uma visão de ter aumentos periódicos para o servidor público, você terá uma máquina na prefeitura absolutamente emperrada”.

Valle comentou que pretende valorizar salários defasados – e “acabar com esses 600 cargos comissionados – é muita gente indicada politicamente” –, além de diminuir o número de secretarias. Souza replicou que vai garantir mais concursos e a nomeação dos já aprovados.

A mediadora e repórter de VEJA, Marcela Rahal, encerrou o bloco com pergunta do professor da ESPM Cláudio Oliveira (Administração) sobre a Operação Verão, da Polícia Militar – que resultou na morte de 56 civis, em supostos confrontos com integrantes da PM.

Valle respondeu parabenizando o secretário de Segurança de SP, Guilherme Derrite, por ter “enfrentado com coragem o crime organizado. Eu estarei sempre ao lado da polícia e dos bons policiais – e como repórter, eu sei que as comunidades também estão ao lado da polícia”. Santos comentou que escolheu pessoalmente, com oficiais da PM, as câmeras utilizadas no monitoramento – e que com elas foram encontradas e presas mais de mil pessoas procuradas.

Na réplica, Valle disse que a sensação de insegurança na cidade é muito grande. E disse que quando o secretário Derrite montou um gabinete em Santos para coordenar a operação, Santos não estava na cidade.

3º bloco

No terceiro bloco, Santos foi o primeiro a perguntar, e quis saber de Rosana Valle quais propostas a candidata tinha para o setor do turismo. Ela disse que Santos está aquém de seu potencial turístico. “Primeira atitude que vou ter como prefeita é conversar com os prefeitos das outras cidades, para termos um calendário metropolitano de turismo”, respondeu. “Os prefeitos usam da vaidade muitas vezes (…) o senhor fica falando de dados e números”, disse.

Santos disse que Santos bateu recordes no setor turístico, mencionando o Parque Valongo (que teve a primeira etapa das obras entregue em julho deste ano). “Nós estamos trazendo o terminal de cruzeiros – que bate recorde, com mais de um milhão de passageiros na última temporada.” Valle replicou que o Aquário e o Orquidário de Santos, que já foram símbolos da cidade, estão depreciados – e que a entrega do Parque Valongo foi “uma coisa politiqueira para poder entregar antes de vencer o prazo de o senhor não poder cortar a fita”.

Ideb

Rosana Valle perguntou a Souza sobre a queda do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de Santos (de 4,5 para 4,5). Além disso, disse que o custo por aluno na cidade é de R$ 34 mil por aluno (o maior da região). Souza respondeu que é preciso levar para as escolas “educação midiática, educação para o empreendedorismo, educação climática – enfim, medidas modernas”.

Valle replicou que é preciso valorizar o salário do professor. Assim como, fazer a inclusão “ser inclusiva: não adianta os mediadores ganharem R$ 700, não serem treinados”. Ela defendeu a escola em tempo integral e valorizar as merendas. Telma replicou que “a escola é a continuação do lar”.

Porto de Santos

Telma fez a última pergunta do bloco a Santos, sobre os beneficiários do Portus (o fundo de pensão dos trabalhadores portuários). Ela disse que o prefeito não se posicionou “com firmeza quando o [ex-presidente Jair] Bolsonaro prejudicou” esses beneficiários. Santos respondeu que, quando se falava da privatização do Porto de Santos, ele foi a Brasília defender as empresas do Porto. “O Portus é fundamental para a cidade de Santos, o trabalhador portuário merece – porque foi ele que realmente construiu a economia” da cidade, disse.

Telma comentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu recursos para o túnel Santos-Guarujá – mas que o governo estadual mudou o traçado do túnel. Santos disse que a empresa que ganhar a licitação estará obrigada a rever os projetos e atender premissas dos prefeitos. “E eu coloquei: desapropriação zero ou quase nenhuma.”

 

4º bloco

No quarto bloco, a repórter de VEJA Isabella Alonso perguntou à candidata do PL o que ela propunha para a questão das “cracolândias” na Baixada. A candidata disse que tem soluções para cada caso – “oque não pode é fazer com que a população seja responsável”. Ela afirmou que o programa Consultório na Rua é bom, mas que não funciona por falta de veículos e médicos. Ela defendeu ainda fazer parcerias com igrejas, para que tenham um protocolo de atendimento.

Santos defendeu a instalação de uma base da GCM na região do bairro de José Menino. Desse modo, muito ligada ao tráfico de drogas e à atuação de desmanches clandestinos. Valle disse na réplica que o atual prefeito, à frente da gestão municipal há 12 anos, “não deu resposta transparente à população” e reforçou a iniciativa de parcerias com igrejas.

Mudanças climáticas

O repórter de VEJA Ramiro Brites perguntou a Santos o que pretende fazer para adaptar a cidade às mudanças climáticas. O candidato disse que a cidade investiu e entregou a 1ª estação elevatória da Zona Noroeste– e que já assinou recursos para mais quatro estações. Ele elogiou a atuação da Defesa Civil da cidade. Souza defendeu a construção de muros de arrimo em áreas de encosta e abrigos. Santos replicou que a obra da estação elevatória recebeu prêmio do Instituto de Engenharia. E que fez parceria com uma empresa de inovação (que não foi citada pelo nome), a “custo zero” para o município, para monitorar e prever, com uso de inteligência artificial, quais pontos são de maior vulnerabilidade, em caso de chuvas.

Empregos

Marcela Rahal fez a última pergunta do bloco, do professor Claudio Oliveira, sobre as propostas para geração de empregos para profissionais especializados. Souza disse que empregos só podem existir se houver desenvolvimento econômico compatível. Valle comentou que pretende trazer empresas do Porto de Santos para o Parque Tecnológico. “Deu certo em muitas cidades, como por exemplo São José dos Campos, com a Embraer”, disse.

 

Considerações finais

No último bloco, Telma de Souza lembrou de sua gestão como prefeita. E disse que quer “que as pessoas tenham qualidade de vida – e para isso, temos que ter uma cidade que combata desigualdades”. “Não podemos ter polos de elegância e de retaguarda financeira, e outros bolsões de pobreza, como o Dique e os bolsões de palafitas.”

Santos disse que a cidade, nos últimos quatro anos, registrou um aumento de 15% no número de empregos com registro em carteira, citando dados do Caged. E disse que a cidade tem batido recordes de qualidade de vida. “Nunca fizemos tantas obras, que melhoraram a vida de muita gente. E os resultados estão aí”, afirmou.

Valle enumerou propostas para educação, saúde, segurança pública e que conta com apoio do ex-presidente Bolsonaro, da ex-primeira-dama, Michele Bolsonaro. Assim como, do governador Tarcísio de Freitas.

 

*Colaboração de Gabriel Pacheco

 

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