Nesta sexta-feira (6), começa a contagem regressiva para as eleições municipais. Apesar do período parecer ser longo na teoria, na política 365 dias passam voando e as articulações entre os partidos ocorrem.
Logicamente, que as candidaturas só serão divulgadas durante o período eleitoral.
Entretanto, já é possível analisar cenários diante das circunstâncias.
Em Santos, por exemplo, a disputa deve ser acirrada. Vale lembrar que a última vez de uma eleição dividida ocorreu no segundo turno de 2004, quando o então vice-prefeito João Paulo Tavares Papa (MDB) derrotou a então deputada Telma de Souza (PT).
O candidato apoiado pelo então prefeito Beto Mansur conseguiu 50,37%, contra 49,63% da ex-prefeita.
Ou seja, uma diferença de apenas 1.771 votos. Depois desta, em todas as eleições seguintes o resultado encerrou-se no primeiro em turno.
Elas ocorreram com a reeleição de João Paulo Tavares Papa e eleição e reeleição de Paulo Alexandre Barbosa, além da eleição de Rogério Santos, um até então desconhecido do eleitorado por nunca ter sido candidato a cargo público.
Para 2024, sem pandemia, o cenário tende a uma disputa acirrada.
É natural que o atual prefeito Rogério Santos (PSDB) seja candidato e tenha uma porcentagem considerável no número de votos.
O mesmo acontece se a deputada Rosana Valle (PL) lançar a candidatura.
A deputada federal aparece bem nas pesquisas e tem o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que venceu em Santos nas eleições do primeiro e segundo turnos no ano passado.
Além disso, haverá a presença de partidos de esquerda, sobretudo o PT que tem uma forte militância, com eleitores fiéis.
Tendência
O cientista político Rafael Moreira cita que ainda é precipitado fazer um panorama sobre as eleições municipais.
“Ainda não sabemos quais forças serão lançadas, pode ser que pouco a pouco algumas candidaturas sejam retiradas e no final fique apenas uma candidatura forte, como já aconteceu”.
Vale lembrar que na última eleição, o então deputado estadual Kenny Mendes (PP) aparecia bem nas pesquisas e era cotado para disputar a vaga ao Palácio José Bonifácio. Entretanto, ele decidiu não se candidatar, a despeito de liderar todas as pesquisas eleitorais na ocasião.
Aliás, divulgou isso por meio de um vídeo nas redes sociais.
Polarização
Direita x esquerda. Nos últimos anos, a polarização tomou conta do País, sobretudo no impeachment de Dilma Roussef, em 2016, e nas eleições presidenciais de 2018 e 2022.
Logicamente que essa divisão traz impactos nas eleições municipais.
Ter o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ou do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), significa ter uma boa margem de votos.
“Na última eleição municipal, já tínhamos um bolsonarismo forte, isso impulsionou candidaturas em algumas cidades, como ocorreu em Santos, com (o desembargador) Ivan Sartori”, ressaltou Moreira.
“Agora temos o governo do presidente Lula, ainda não sabemos, qual vai ser a candidatura do campo progressista que vai conseguir canalizar em nível municipal o fato da esquerda estar em evidência nacional”, finalizou.
Campos
Moreira salientou o número considerável de eleitores conservadores na cidade.
Isso faz com que a direita tenha mais força no início da disputa eleitoral em Santos.
Porém, o cientista político destaca que a esquerda também tem uma força local. “A esquerda venceu eleições em Santos, quando o grupo da direita estava dividido, o que pode acontecer no próximo ano”, citou.
A última vez que o campo progressista venceu a eleição para a Prefeitura de Santos foi no ano de 1992, com a vitória do médico David Capistrano (PT) (1993-1996).
Vereadores
Além da disputa para prefeito o eleitor vai precisar escolher um candidato para a Câmara .
Hoje, são 21 nomes, mas nos bastidores há uma corrente que defende o aumento para 23 cadeiras.
Porém, ninguém assume. Por enquanto.
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