Um ano para expandir conhecimento, exercer a liderança de forma positiva e ter foco no autodesenvolvimento. É o que promete 2025 que, pela astrologia caldaica, será regido pelo expansor planeta Júpiter. Portanto, ainda sob a influência de um grande ciclo de 36 anos regido por Saturno, que teve início em 2017. “Essa tradição astrológica remete à magia dos antigos sacerdotes caldeus”, explica a astróloga e psicanalista Virginia Gaia.
A influência do regente do ano é sentida coletivamente, de maneira simbólica, não afetando signos zodiacais ou mapas astrais individuais, já que ela não reflete os movimentos dos planetas na esfera celeste. “É importante entender que a determinação do planeta regente do ano não tem a mesma matriz cultural da astrologia ocidental, cuja origem é greco-romana, e que utiliza os movimentos dos astros para fazer previsões”, explica Gaia. Portanto, deve-se analisar a regência caldeica anual em conjunto com os movimentos dos astros no céu, conhecidos como trânsitos astrológicos. Em 2025, por exemplo, Saturno passará pelo signo de Áries, Júpiter ingressará no signo de Câncer, entre outras movimentações celestes que exigem consideração para uma avaliação mais profunda e detalhada do ano.
Espiritualidade e fé
Com essa abordagem mais mágica e ligada às práticas ocultistas típicas da magia caldaica, a regência anual por Júpiter evoca a necessidade da prática da empatia, da compaixão e do acolhimento entre diferentes culturas e perfis de pessoas. Nesse contexto, a espiritualidade e a fé também ficam em destaque, já que esse o gigante gasoso também é o patrono da sabedoria. Vale lembrar que essa influência planetária se dá sob um grande ciclo de Saturno, pois 2025 é o nono ano de um período de 36 anos saturninos, que teve início em 2017. Assim, pode-se dizer que estamos saindo de um período duplamente saturnino, já que 2024 também teve Saturno em sua regência anual, para um ano no qual o simbolismo dos dois patronos dos grandes ciclos de tempo – Júpiter e Saturno – se manifestará de forma combinada, cobrando por mais responsabilidade e conhecimento de todos.
Planeta regente do ano
É na coletividade que a influência do planeta regente do ano deve ser considerada. Esse cronograma cíclico tem raízes na Mesopotâmia, terra dos antigos caldeus. A astrologia caldaica se posiciona, assim como a astrologia ocidental, ao lado de diversas outras astrologias ー árabe, maia, chinesa, indígena, quilombola, entre outras ー como uma linguagem que visa resgatar a conexão humana com o cosmos. Povo semita de grande influência na formação cultural da humanidade, os caldeus também influenciaram inúmeros sistemas mágicos ao longo da história. “Há até astrólogos ocidentais que não adotam essa sequência caldaica em complemento à análise dos trânsitos astrológicos. Porém, negar sua importância histórica é um erro de natureza metodológica que reflete profundo etnocentrismo”, explica Gaia.
A Estrela dos Magos, também conhecida como Estrela Setenária, estabelece a sequência dos planetas regentes dos anos. Em cada uma de suas sete pontas, ela apresenta os planetas visíveis a olho nu – Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno – além dos luminares: Sol e Lua.
Astrologia Caldaica
Um dos astrólogos mais influentes no estudo da Astrologia Caldaica foi, sem dúvida, Walter Gorn Old, mais conhecido por Sepharial, nome que escolheu como pseudônimo com base na linguagem angelical e nos seus estudos do alfabeto enoquiano. Sepharial publicou diversos livros sobre astrologia e ocultismo, nos quais registrou as técnicas utilizadas pelos antigos caldeus para determinar regências planetárias para os ciclos de tempo. Influente autor do século XIX, ele tem um papel fundamental para que pudéssemos ter acesso a esses estudos na atualidade.
O sistema que utiliza a sequência de planetas dispostos na Estrela Setenária é especialmente importante para a determinação, para além dos anos, dos dias e dos horários planetários. Escolas famosas na formação do pensamento ocultista no Ocidente, como a Sociedade Teosófica e a Ordem Hermética da Aurora Dourada, utilizam amplamente, até hoje, esse tipo de designação de regentes planetários em seus sistemas mágicos.