26 DE MARÇO DE 2025
Associação destaca os benefícios do uso terapêutico da cannabis, especialmente no tratamento da epilepsia refratária
Em 26 de março, celebra-se o Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia, uma data dedicada a aumentar o entendimento sobre essa condição neurológica.
Milhares de pessoas ao redor do mundo usam a cor roxa, como parte do movimento ‘Purple Day’, para promover ações de esclarecimento e sensibilização sobre a doença.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a epilepsia afeta 2% da população brasileira e cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo.
Essa condição neurológica crônica caracteriza-se pela ocorrência de convulsões e outros sintomas, causados por uma atividade elétrica anormal no cérebro. Essa disfunção provoca alterações motoras, sensoriais, comportamentais e, em alguns casos, perda de consciência.
O tratamento convencional da epilepsia envolve o uso de medicamentos anticonvulsivantes, que visam prevenir as crises. Contudo, em casos de epilepsia refratária — quando os tratamentos tradicionais não são eficazes, alternativas terapêuticas, como o uso de cannabis medicinal, têm mostrado resultados promissores.
Pedro Sabaciauskis, fundador e presidente da Santa Cannabis, associação sem fins lucrativos dedicada ao estudo e distribuição legal de CBD e THC, explica que a epilepsia foi uma das primeiras doenças a despertar interesse no uso terapêutico da cannabis. “O canabidiol (CBD) é um potente anticonvulsivante, eficaz na prevenção de crises, enquanto o tetrahidrocanabinol (THC) auxilia no alívio das dores musculares e em enxaquecas associadas às convulsões”, detalha.
Por isso, desde 2014, o Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamenta o uso compassivo do canabidiol (CBD) para crianças e adolescentes com epilepsia refratária, diante dos resultados positivos apresentados. No entanto, o uso de medicamentos à base de cannabis deve ser sempre supervisionado por um médico.
Gabriela Kreffta, técnica farmacêutica da Santa Cannabis, ressalta a importância de um diagnóstico preciso e da definição correta da dosagem. “O tratamento com CBD tem mostrado bons resultados, com um perfil de segurança mais favorável do que muitos medicamentos tradicionais, que costumam ter efeitos colaterais indesejados”, afirma.
Contudo, ela também alerta para a importância de se considerar interações medicamentosas ao incorporar o CBD no tratamento, para garantir a segurança e eficácia do processo terapêutico.
lém disso, a Santa Cannabis trabalha na conscientização sobre como agir diante de uma convulsão. Mitos comuns, como segurar a língua de quem está tendo uma crise, podem ser prejudiciais. De acordo com os especialistas, estudos mostram que os compostos da cannabis, principalmente o CBD, têm efeito neuroprotetor e ajudam a preservar a saúde cerebral, o que é crucial para o tratamento da epilepsia e outras doenças neurológicas.
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